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O colaborador Aliomar Almeida relata o inicio de seu comprometimento para a preservacao das Araras de Lear. ?>

O colaborador Aliomar Almeida relata o inicio de seu comprometimento para a preservacao das Araras de Lear.

Aliomar Almeida – um relato pessoal

No carnaval de 1979 fiz minha primeira viagem para Bahia, foi uma experiência cultural e me mostrou um mundo novo. Era um povo feliz, místico, afetuoso e criativo.
Eu ainda não sabia que no sertão baiano acabava de ser encontrada a ave mais procurada do Mundo e que essa descoberta deu fim ao maior mistério da ornitologia mundial.
Somente em 1994, é que comecei a me interessar pelos assuntos da ornitologia, era uma época em que se falava de necessidade de preservação das ararinhas da Bahia.
Acompanhei o assunto com um misto de interesse e impotência, pois aquilo era coisa de gente especializada e de grandes ações governamentais, incluindo cientistas de todo o mundo.
O resultado dos trabalhos / esforços para salvar a espécie na natureza foi frustrante e a última ararinha em vida livre desapareceu no ano 2002.
Vi muitas histórias e atos heróicos para trazer de volta as ararinhas em posse de pessoas de outros países, sempre vencidos pela burocracia, pela vaidade ou pela ganância humanas.
Paralelamente lia relatos sobre a outra Arara baiana ( Arara-azul-de-Lear ), falava-se de aumento da população, da descoberta de pequenos grupos e de repatriação de aves localizadas em países distantes.
Era uma vontade, um desejo, um chamado que me perseguia pela vida , sentia-me responsável por algo que não conhecia, era como cuidar de alguém que pertence aos filhos dos meus netos.
No início de 2014 assisti uma apresentação do Projeto de preservação das Araras de Lear, feito pela equipe da Biodiversitas no Avistar, evento realizado no Parque Villa Lobos em São Paulo.
Foi uma visão otimista e convidativa, mostrava os esforços empreendidos ao longo de 20 anos e dava números atualizados da população de Araras.
Decidi que era o momento de conhecer de perto e assim fiz.
Fui até Canudos – BA em 12/08/2014 com a intenção de ficar dois dias e acabei ficando sete dias
Foi uma experiência única, muito maior que aquela vivida no Carnaval de 1979, quando eu lamentei não ter nascido na Bahia, fiquei em êxtase, olhava o horizonte, sentia cheiros e canto de pássaros, via flores de cactos, corrupiões, jandaias, tatu bola, papagaios, muitos bodes e ovelhas andando atrás de qualquer broto verde.
Faltava conhecer as Araras em sua morada e no dia seguinte pude conhecer os paredões de arenito onde elas dormem. 
Cheguei as 4 horas da manhã guiado pelos guarda-parque Dorico e Caboclo.
Logo comecei à ouvir pequenos ruídos, eram as Araras acordando, aquilo me parecia uma voz familiar e ancestral , tocava-me uma sensibilidade que eu não sabia qual era, pois estava em todo meu SER.
Elas começaram a sair em bandos, 20, 30. 4. 5… 2… 50. 100 … .Passavam por nós e seguiam em busca de alimentos… Eu fiquei ali, porém não me sentia ali, algo me CANTAVA uma história antiga, atual, distante e futura.
Aquilo tudo me deu uma emoção que julgava fosse somente minha, até que olhei ao meu lado e vi o Dorico chorando. Menino de 51 anos de idade, nascido ali naquelas terras e hoje, graças a eles, via aquele espetáculo grandioso e Azul, diariamente se emocionando e repetindo as difíceis condições de sobrevivência e trabalho de alguém que faz tudo por amor, pois o salário mínimo que recebe não paga os riscos que corre defendendo aquele santuário.
Voltei pra São Paulo e me debrucei num trabalho para viabilizar o crescimento da população das Araras de lear e mais importante ainda, evitar o declínio da espécie. Hoje falta alimentação para elas e é nisso que vamos trabalhar.
LOGO APRESENTAREI OS PLANOS  …..( já conversei com Autoridades, Cientistas, Pesquisadores, Jornalistas, Escritores, Técnicos, Homens Simples, entusiastas e muitos outros.)

… E assim começou tudo!

 

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